Golf III GTi

 Ignacio Montanha Teixeira Marques

Data: 26/11/2002

 

Gran Turismo Injection - Europa

- Em 1976 na primeira geração do Golf, foi realizado o lançamento da variação esportiva denominada GTi, que inaugurou o segmento dos hatches esportivos ou "pocket-rockets" como também são conhecidos; podemos afirmar que o primeiro GTi foi o modelo que obteve o maior sucesso comercial e também onde essas "três letras" realmente fizeram a diferença. A sigla GTi criada pela VW, com o passar dos anos, passou a ser sinônimo de veículos esportivos de altas prestações, ao ponto de ser usada posteriormente por fabricantes concorrentes.

- Com o passar das gerações, o Golf crescia e o peso aumentava e nunca mais existiu um esportivo na linha com a agilidade e os atributos dinâmicos da primeira geração, além do reduzido consumo da motorização 1.6 com injeção K-jetronic que o equipava.

- Na segunda geração o motor 1.8 8v primeiramente estava disponível, logo depois em 1986 o motor 1.8 16v e 1.8 8v G-60 que passava a ser o motor mais potente a equipar um GTi, desenvolvendo 160cv, graças ao compressor mecânico G, inventado em 1905 pelo francês Le Creux e só adotado na década de 80 pela Volkswagen; uma maneira de diferenciar seus veículos, dos produzidos pela Audi, que nessa época já utilizava turbocompressores.

- Na terceira geração se notava quanto o Golf estava mais civilizado, voltado ao conforto e segurança dos ocupantes. 

- No ano de 91 o Golf III GTi foi lançado na Alemanha, agora com o motor 2.0 16v gerando 150cv, suspensões mais baixas e uma caracterização exterior mais agressiva e ao mesmo tempo discreta se compararmos com os GTi anteriores, era disponível também com 4 portas, o que ocorria desde a primeira geração. O motor 2.0 8v também estava disponível, apesar de não primar pela potência, o torque máximo disponível a 2.600 rpm fazia com que se tivesse uma boa resposta ao acelerador, independente da marcha ou velocidade que o veículo fosse conduzido, sendo apenas necessário que se tenha consciência que apenas 116cv eram disponíveis, com um desempenho apenas correto.

 

 

 

 

As diferenças em relação ao Golf básico
- Se compararmos o Golf GTi com o modelo de entrada da linha Golf com motor 1.4, o GTi recebia amortecedores com maior pressão e altura do solo reduzida em 10mm na dianteira e 20mm na traseira onde recebia também amortecedores pressurizados a gás. Apesar do novo acerto da suspensão, o Golf não penalizava tanto o conforto como seus antecessores, e graças a toda essa civilidade o rolamento em curva era mais notável.

- No GTi, graças aos apêndices aerodinâmicos, o Cx era de 0.30. Os freios recebiam discos ventilados dianteiros de 280 mm e discos sólidos traseiros de 226mm. Os pneus eram 205/50 VR15 e o EDS era equipamento de série.

- A diferenciação exterior era feita por um spoiler dianteiro de maiores dimensões utilizado também no VR6, saia lateral e apliques nos arcos das caixas de rodas como seus antecessores. 

- No interior encontrávamos excelentes bancos Recaro, mas que ficavam longe de oferecer o execelente apoio lateral dos modelos que encontrávamos nos brasileiros Gol GTS/GTi. O equipamento de série proposto era realmente generoso e a qualidade geral acima da média do segmento. Revestimento em couro dos bancos e laterais das portas eram oferecidos como opcionais. 

- Uma crítica minha sobre o Golf III, é quanto a utilização de plásticos de menor qualidade e de textura menos agradável no console do painel. Item revisto no Golf IV

- A velocidade máxima anunciada oficialmente para o 2.0 16v era de 215 km/h, e a aceleração de 0 a 100 km/h era feita 8.5 segundos. O peso aproximado era de 1100 kg.

- O principal concorrente era o Opel Astra GSi 2.0 16v também desenvolvendo 150cv.

- Também existiu como na segunda geração a versão GTD, que no Golf III desenvolvia 110cv usando o 1.9 TDi.

 

Golf GTi 2.0 16v

 

Golf GTD

 

Golf GTi "20 Jahre"

- Golf GTi Edition era a versão comemorativa dos 20 anos da série GTi, era dotado de um equipamento de série mais rico, detalhes específicos e que incluía airbag duplo, ABS, EDS, computador de bordo, etc.

- As pinças dos discos de freio recebiam acabamento vermelho.

- Os motores disponíveis eram o 2.0 8v, 2.0 16v e 1.9 TDi 110 cv.

- As rodas eram da marca BBS modelo "Jubi", aro 16.

- Há tempos, a VW utiliza rodas BBS em séries especiais e modelos topo-de-linha.

 

 

 

   

 

 

Golf GTi 2.0 e GTi VR6 (México)

- Em 1993 o GTI 2.0 8v começava a ser montado em Puebla, apenas com 2 portas e com uma caracterização pobre se compararmos ao modelo alemão. Exteriormente eram usadas as comportadas rodas modelo "Orlando", as mesmas utilizadas pelo Golf / Jetta GLS; recebia discos nas quatro rodas (ventilados na dianteira), um logotipo GTI (todo maiúsculo mesmo) em vermelho e também a saia lateral semelhante ao europeu. No interior existiam bancos esportivos e também opção pelo revestimento em couro. A suspensão era mais baixa que o GL/GLS/GLX, mas ainda macia se compararmos aos GTi alemães. 

- Tempos depois a série GTI recebia também a motorização VR6, fugindo totalmente do significado das três letras até hoje imposto na Europa; e se compararmos com o VR6 alemão, o GTI VR6 também saía perdendo no equipamento proposto e desempenho dinâmico. Mas ainda tudo isso era compensado pelo preço baixo que era comercializado. E com pouco dinheiro era possível melhorar mais ainda, superando o original alemão dependendo do equipamento utilizado no "upgrade".

 

 

Curiosidades
- Como curiosidade, podemos citar que propulsor semelhante ao 2.0 16v chegou a ser utilizado no Gol GTi 16v (AB9), certamente a posição de montagem era longitudinal como nos Audi 80, por isso foi utilizada uma transmissão de origem Audi. Uma certa "especializada" citava a utilização do câmbio da Audi como se fosse um trunfo ou algo de outro mundo, sem explicar o motivo disto. 

- Aqui na Volks Page, nós explicamos que a questão era bem mais simples que a informação sem explicação citada pelas revistas. A utilização dessa transmissão era a alternativa mais barata, já que era impossível utilizar a do Golf cujo propulsor está disposto na transversal.

- A transmissão do Golf, durante a Autolatina foi utilizada nos Escort/Verona/Apollo equipados com o AP 1.8 disposto na transversal e mais tarde também nos AP 2.0, Escort/Verona/Pointer/Logus.

 

Motor

Disposição

4 cilindros em linha

Válvulas por cilindro

4 (DOHC)

Posição

Dianteira, transversal

Alimentação

Gestão eletrônica integral Siemens Digifant (posteriormente foi utilizado uma unidade de marca Bosch)

Cilindrada

1.984 cm3

Diâmetro x Curso

82.5 x 92.8

Potência máxima

150 cv a 6.000 rpm (150 cv a 6.000 rpm)

Torque máximo

18.36 à 4.600 rpm (18.3 kgmf a 4.800 rpm)

Potência específica 

75.60 cv/l

 Transmissão

Tipo

Tração dianteira

Câmbio

5 marchas, mecânico

Autoblocante

EDS

 Suspensão e freios

Coeficiente aerodinâmico (Cx)

0.30

Suspensão dianteira

Macpherson com barra estabilizadora

Suspensão traseira

Eixo de torção com efeito autodirecional e barra estabilizadora

Freios dianteiros

Discos ventilados, 280 mm de diâmetro (ABS)

Freios traseiros

Discos sólidos, 226 mm de diâmetro (ABS)

Direção

Pinhão e cremalheira, assistência progressiva

 Dimensões

Comprimento x Largura x Altura

4.020 x 1.710 x 1.405 mm

Entreeixos

2.475 mm

Bitola dianteira

1.450 mm

Bitola traseira

1.435 mm

Pneus

205/50 VR 15

Capacidade do tanque

55 l.

Peso

1.205 kg

 Performance

Velocidade Máxima

215 km/h

0 a 100 km/h

8.5 segundos