Desde que eu era criança, já era um apaixonado por Volkswagen. Tínhamos, na época, um Voyage LS prata 83. No ano seguinte, lançaram um carro diferente, maior, mais bonito e moderno, que eu via nas revistas do meu pai. Era o Santana. Alguns meses mais adiante, meu pai comprou um para minha mãe (sempre ela teve os carros grandes). Era um Santana CS 85 1.8 a álcool prata, duas portas, somente com frisos superiores, que contornavam a carroceria de ponta a ponta. Tinha inclusive aquele econômetro, que fucionava somente com a 5ª marcha engatada, com a flexa e a luzinha indicadora de troca de marchas. Tinha interior todo preto. Era um show... Na traseira, só se via surdina, enorme e prateada. O carro foi comprado com cerca de 20 mil km. Logo após ele, veio o Santana CG 86, azul marinho metálico, também duas portas, com rodas de Gol GT e revestimento dos bancos de veludo cinza quadriculado. Este tinha conta-giros, aliás o primeiro carro nosso com conta-giros. Durou pouco mais de um ano, porque foi trocado por outro.

 

Depois, que eu tirei carteira de motorista, comecei a ter os meus próprios carros. Na época, comprei um Gol GLi 1.8 96, mas fiquei com a dúvida de ficar com o Santana GLi da minha mãe. Na época, optei pelo Gol porque era mais novo. Logo após o Gol, comprei dois Golf, um GL 96, depois um GTI 95. Depois acabei ficando com uma Parati GL 1.8 Mi 98, que foi trocada por um Santana Exclusiv 2000Mi 97, verde bali. Este foi meu primeiro e definitivo contato com o Santana. Tive ele por dois anos, e vendi porque ele tinha muita quilometragem, quando acabei trocando pelo Evidence 98 que tenho hoje.

 

O Evidence foi comprado no ano passado, com 38 mil km (hoje ele está com 72 mil, o carro que mais rodei). Ao longo do meu convívio com ele, coloquei rodas aro 15, frisos cromados no para-choques (iguais aos do Exclusiv), cortei as molas (1,5 elos na frente e 1 elo atrás), Películas 50% em todo ele, logotipos do Exclusiv 99 nas portas, tapetes com carpetes, CD player Pioneer. Recentemente fiz um polimento espelhado nele, pinturas dos pára-choques dianteiro e traseiro, coloquei lâmpadas Cool Blue em todos os faróis e novos piscas dianteiros. A última melhoria foi a troca das rodas aro 15 para aro 16, modelo S-160 da Scorro, com pneus Yokohama 205/45, que tornaram o carro um excelente "subidor" de serras, e um chamariz de atenção.

 

Um ano e meio após a compra do Evidence, surgiu a idéia de trocá-lo por outro carro. Mas qual? Na ordem de uns 25 mil reais, não me ocorria nada, sem falar na dor de vender o azulão. Optei por um segundo carro. Comecei a procurar um GTS ou GTI caixa, mas nunca encontrei nada, a não ser carros completamente acabados. Até que eu passei numa revenda de usados, e me deparei com o Santana Sport 2000 90. Ele estava com pouco mais de 70 mil km rodados, comprovados através do cabo do velocímetro, com lacre intacto e manual do proprietário. O brancão está em plena saúde, após uma revisão com uma extensa listagem de itens, tais como velas e respectivos cabos, filtros, óleo, reforma do carburador (Brosol 3E), buchas de suspensão, alinhamento e balanceamento. Acabo de instalar um par de conjuntos de faróis dianteiros novos já com Cool Blue (os antigos estavam amarelados e gastos), piscas dianteiros com lente branca (lâmpada laranja), alarme Positron com acionamento a controle remoto e travas elétricas (as antigas estavam(ó

 

No dia-a-dia, estou andando muito mais com o Sport que com o Evidence, porque é muito mais barato, e chama menos atenção, além de os pára-choques serem pretos e ficarem menos machucados se houver algum probleminha de percurso.

 

Enfim, estou realizando sonhos e voltando a ser criança, a cada voltinha que dou com meus Santanas. Simplesmente é o melhor carro que existe, não troco por nenhum outro. Claro que sei que o tempo dele já passou, e que existem, sim, carros mais modernos. Mas nenhum será capaz de ocupar esta vaga que o Santana deixou nos corações de quem tem ou já teve um. Sou apenas mais um dono/fã que reza para que ele sobreviva por muitos anos ainda, que aprendeu todos os seus defeitos durante estes anos (ou seriam características), mas que ainda não conhece todas as suas virtudes, porque a cada dia que passa, descubro mais alguma.