Foi numa tarde de abril que o vi pela primeira vez. Ele estava lindo na concessionária. Quando o vi, foi paixão à primeira vista.

Antes dele, eu possuía uma GM Caravan 1986, 4.1, 6 cilindros, completíssima, automática, à álcool. Só que, devido ao motor dela ter fundido com quase 85.000 originais, e o preço do conserto não ia compensar, a vendi para um amigo da minha classe na faculdade por R$ 1.000,00. Bem, a Caravan estava na minha família havia 12 anos, eu cresci naquele carro. Claro que fiquei chateado, mas a vida continua.

Então, pensando em um carro econômico, com motor que não deixasse a desejar, e grande o suficiente para levar minha família e eu, pensei, vou confessar, num Fiat Tempra e, depois, num Tipo. Obviamente, estes carros não passaram pela aprovação de minha família, devido ao seu alto custo de manutenção, sua manutenção ser demorada e a famosa fama de que “dá muito problema”.

Foi decidido que o carro deveria ser da VW. Oras, o único carro da VW ideal para a gente é o Santana ou Quantum.

Então, comecei a ir atrás de vários Santanas e Quantuns. Eu já sabia que ele tem um motor bom, pois, pra quem já teve carro 6 cilindros 4.1, fica difícil se acostumar com carros 4 cilindros 2.0. Mas posso afirmar que fui da água para o vinho.

Primeiramente, achei um 96/96, 2.0, 4 portas, prateado, com 65.000 originais. Porém, era meu tio que nos compraria o carro, e ele achou o valor meio elevado (a concessionária pedia R$ 11.000,00), e ele era básico, o que não me agradou muito.

Então, continuei procurando. Até que, na mesma concessionária onde vi o prateado, a vendedora me disse que no dia seguinte, eles teriam um Santana 94/94, azul ocean, completo (ar-condicionado, direção hidráulica, trio elétrico, vidros verdes, pára-brisa degrade – ele é o GLI), 2 portas, 2.0, câmbio mecânco, movido à gasolina.

No dia seguinte, fui à concessionária, “arrastando” minha mãe e meu irmão caçula comigo.

Logo quando entrei, eu o vi. Estava lindo, com rodas de liga leve originais e todo o porte que lhe é peculiar.

Encontrei a vendedora, e ela me disse: Ele chegou não fazem 5 minutos. Perguntei: Onde está? A resposta: Você acabou de passar por ele na entrada. Não acreditei. Fui correndo até o carro, e entrei nele. Foi paixão à primeira vista. Confortável, seus bancos (ou seriam poltronas?) comportavam muito bem o meu corpo, interior inteiro, tudo perfeito, funcionando. Paixão esta que se confirmou quando ela me disse o preço: R$ 9.100,00!! E estava com 76.650 originais.

Não pensamos duas vezes. Minha mãe passou um cheque de R$ 1.000,00 para segurar o carro e, no dia seguinte, meu tio passou outro, de R$ 8.100,00. Após a compensação, fui buscar o carro, e não conseguia acreditar. Eu, com 18 anos, rodando de Santanão!!

Ele foi comprado no dia 02/04/02, com 76650 originais. Hoje, dia 13/06/04, está com 108.890 originais.

Problemas mais sérios que tive:

- Devido à quilometragem, e eu, na época, não sabia quanto durava uma embreagem, ela acabou e o carro “travou” com quase 79000 originais. Tudo bem, chamei o guincho do seguro, levei pra casa e, no dia seguinte, o problema foi resolvido.

- Já perto da quilometragem atual, a mangueira do ar quente teve sua junção rompida. Conclusão: água e aditivo pelo chão da R. Domingos de Moraes (São Paulo - SP) e motor fervendo (Só depois, através do Fórum do Santana Fährer Club, soube que ela se rompe a cada 10 anos).

- Agora, está na oficina, fazendo motor e cabeçote.

Problemas mesmo, só estes. De resto, é só fazer a manutenção de rotina, que o carro vai longe, sem te deixar na mão.

Modificações realizadas:

Como adoro ele, e gosto de personalizar carros, fiz algumas modificações nele, com a intenção de deixá-lo ao meu gosto e mais esportivo:

- Como ele já veio com rodas de liga leve, não precisei comprá-las. Troquei os pneus originais da GoodYear, modelo Eagle NCT 2 , medidas 185/65 R 14, por 4 Pirelli´s 0 quilômetro, modelo P 6000, de medidas 195/60 R 14. São ótimos pneus e, na chuva, dão uma aderência perfeita e, no seco, são relativamente macios, além de serem mais bonitos que os GoodYear, na minha opinião. Os Pirelli´s são os pneus atuais dele. O estepe é o original, um Firestone, modelo F-560, medidas 185/65 R 14.

Modificações no motor e no escape:

- No motor, foi colocado um filtro cônico esportivo, da marca Belquip. Ele tem a vantagem de ser lavável.

- No escape, foi retirada a colméia do catalisador, devido ao cabeçote que estava ruim e queimando muito óleo, e terminou por entupi-lo. O carro está voando, é verdade, mas pretendo juntar dinheiro para colocá-lo novamente, pois sou contra carros sem catalisador.

- Pretendo, também, colocar uma ponteira dupla cromada no escape.

Modificações no interior:

O interior, até agora, foi onde eu fiz mais coisas. Aprecio a personalização do interior do veículo pois não chama muito a atenção nem da polícia, e nem de ladrões.

O que fiz até agora no interior:

- O toca-fitas original foi substituído por um CD Player da Pioneer, modelo DEH – 2150. Tem uma ótima qualidade de som. Ainda tenho o toca-fitas original dele guardado aqui em casa, pois pretendo comprar um outro carro da VW para minha família no futuro, mas não irei me desfazer do Santana (ou seja, não adianta já crescer os olhos).

- Foi colocado um porta-CD´s de quebra-sol no quebra-sol do motorista. Assim, alguns CD´s ficam sempre à mão.

- A manopla original do câmbio, primeiramente, deu lugar a uma da Pioneer. Mas, com o tempo, a da Pioneer foi desbotando, e o “adesivo” da Pioneer descolou, deixando um furo lindo, bem em cima da manopla. Ela foi substituída por uma manopla de plástico, com o desenho da fibra de carbono, que é a atual, bem mais bonita e com melhor empunhadura do que as outras.

- Nos cintos de segurança dianteiros foram colocados aqueles protetores de cinto de segurança, também da Pioneer, além daquelas presilhas de cinto de segurança.

- Por gosto pessoal, foram colocadas 2 soleiras de porta, uma em cada porta, da marca Sport Tuning.

- Os pedais originais deram lugar à pedaleiras esportivas prateadas e com o “meio” em plástico preto (são parecidíssimas com as do Ford Mustang 67, Shelby GT 500 – “Eleanor” – do filme 60 Segundos).

- Foi colocada uma bússola eletrônica no pára-brisa, lado superior (por dentro, claro), na faixa degradé do pára-brisa, praticamente no centro do vidro.

- Além do CD, seu sistema de entretenimento conta, também, com uma T.V. preto e branco, de 5”, que é ligada no acendedor de cigarros.

- Foram colocados 2 sacos de lixo, daqueles que ficam presos no câmbio, os famosos “lixo-car”.

Até o momento, é só. Quando receber, colocarei o tão sonhado Insul-film G-20, exceto no pára-brisa, trocarei a bateria, e colocarei, também, faróis de milha e auxiliares.

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