Modelo: Volkswagen Santana CLi 1.8 2 portas 1994/1994 - Data: 02.07.2004

Nome: Thyago Szöke – tszoke@vwsantana.com.br - São Paulo – SP

MSN – tsmcarneiro@hotmail.com

Sócio Santana Fährer Club Nº 1

 

A história deste Santana teve seu início há muito tempo, 10 anos atrás. Foi em fevereiro, pouco antes do Carnaval, e meu avô queria trocar o carro dele, um Santana CL 1.8 4p 1987, por um Santana zero quilômetro. O 87, branco, estava com cerca de 90.000 km e já precisava de manutenções, pois meu avô se limitava a fazê-las conforme iam surgindo.

 

Depois de muito pesquisar, foi encontrado na concessionária Hirai, no bairro Alto da Lapa, em São Paulo, um CLi “em trânsito” (ou seja, ainda não tinha chegado na concessionária), completo, por um bom preço. Era um CLi, duas portas, na cor cinza spectrus perolizada e com o pacote de opcionais mais completo na época: direção hidráulica, vidros verdes com pára-brisas degradê, alarme ultrassom com acionamento na chave, rádio Volksline, ar quente e alto falantes dianteiros. Meu avô, empolgado, ligou para casa perguntando o que eu achava, e diante do meu “manda bala!!!”, fechou o negócio com o vendedor Pietro Fava.

 

A retirada do carro foi marcada para uma segunda-feira à tarde, na própria Hirai. Escolhida a placa, acertados os documentos e seguro, o carro estava pronto. Fomos pegar o carro e aguardamos cerca de uma hora até a liberação dele. Fiquei ansioso até o momento em que o vendedor telefonou para a oficina e disse: “pode subir o Santana cinza”. Fomos para a área de entrega de veículos, e me lembro até hoje de ficar espiando a rampa para vê-lo chegar. Foi então que ouvi uma buzinada para alertar que um carro estava subindo, e seu capô surgiu fazendo a curva da rampa, e revelando o carro por inteiro.

 

Estacionado, com plástico nos bancos e no carpete, o consultor técnico foi apresentando o carro, falando dos equipamentos, manutenção, etc. Quando entrei, a primeira coisa que reparei é que ele tinha um toca-fitas Volksline e caixas de som no bagagito! Questionado, o consultor disse que provavelmente os rádios haviam acabado na linha de montagem e colocaram um toca-fitas no lugar – e sua impedância pedia os falantes traseiros. Isso, sem custo adicional! Contou ainda que um Logus GLi teve o mesmo problema, e foi colocado um CD player com equalizador totalmente grátis!

 

Bem, a empolgação já começou aí. Saímos para a rua e, óbvio, a primeira coisa feita foi o enchimento do tanque – na reserva. Todos olhavam para nós, naquele carro novinho, cheirando a plástico, borracha e tecido, aquele cheiro característico.

 

Logo na Páscoa, fomos viajar com ele para a praia. Transmitia muita segurança, um carro realmente estável e muito confortável para a estrada.

 

Entretanto, em agosto, meu avô veio a falecer de câncer, e o carro ficou parado. Ficava à disposição da minha avó, que não dirige, e que quando precisava sair ou viajar, ou recorria à motorista dela ou ao meu tio, a mim ou ao meu pai.

 

Hoje, quem cuida dele sou eu. Recentemente foi tirado o plástico do carpete, porque estava amarelado e feio, mas continua absolutamente original. O porta-malas, sem riscos, tem seu carpete também intacto, pela proteção de um pano. O bagagito também. Não possui riscos, e está impecável tanto por dentro quanto por fora. Não tem a famosa falha no carpete, abaixo do porta-luvas, tampouco o rangido das molas do porta-malas quando este se abre.

 

A manutenção até hoje não foi maior que R$ 250,00. Esse foi o valor da última, quando foi trocado o óleo, a água do radiador, e filtros. No momento, as únicas coisas a serem feitas são o reparo no fio da cebolinha do óleo, rompido na base (coisa que um auto-elétrico resolve em 5 minutos) e uma revisão geral no sistema de freios, já que os discos e pastilhas são originais e o carro é só usado na cidade há mais de 10 anos.

 

Antes que alguém se antecipe, já houve ofertas para compra, e nenhuma foi – e será – aceita.

 

Atualmente, se encontra com 18.900 km rodados, com pura saúde, nem de perto demonstrando a idade que tem. Para leigos no mundo do automóvel, ele passa como zero-quilômetro. Só aqueles que acompanharam as mudanças na linha Santana ao passar dos anos é que vêem a verdadeira raridade que ele é. Conforme apurado, desconhece-se de outro em mesmas condições – exceto por um GLi 1995, de propriedade da Volkswagen, que está com cerca de 8 mil km.

 

Afinal, o Santana é ou não é um carro para toda a vida?

 

 

Galeria de Fotos

Voltar